Toda eleição segue mais ou menos o mesmo roteiro, em que alguns candidatos inexperientes são eleitos apenas com base na sua celebridade. Neste ano não é diferente, e a candidatura mais criticada é a do palhaço e humorista Tiririca, que concorre a deputado federal por São Paulo e, com uma campanha debochada (seu slogan é "pior do que tá não fica"), parece ser o destinatário de um tsunami de votos nas urnas do próximo dia 3 de outubro. É óbvio que a provável eleição de Tiririca é um escárnio da democracia representativa e do recurso (válido) ao chamado “voto de protesto”, mas a análise merece ser aprofundada.
Tiririca é um fenômeno de mídia da década de 90, quando surgiu com a “música” Florentina, repetida à exaustão. Seu intérprete, que era palhaço de circo até então, fez carreira de humorista na televisão, razão principal pela qual ainda é bastante conhecido. Agora é criticado pela mesma imprensa que o promoveu, a exemplo de tantos outros de gosto duvidoso que alcançaram os píncaros da fama no país. Como os jornais são lidos por uma minoria insignificante do ponto de vista quantitativo, a televisão é a grande promotora das celebridades instantâneas que são alçadas ao palco da fama nacional. Logo, é no mínimo estranho que se volte contra o seu próprio rebento. A mão que afaga é a mesma que apedreja.
É, portanto, no mínimo hipócrita a posição de boa parte da imprensa que critica essas candidaturas esdrúxulas. Num país pobre como o Brasil, com uma política educacional reiteradamente arruinada, a televisão tem sido, nas últimas décadas, a grande fonte de educação e cultura da imensa maioria da população. São 40 anos, pelo menos, de (des)informação massiva. Tempo houve para que a televisão formasse uma população mais culta, mais afeita às questões da cidadania, sobretudo naquela emissora que monopolizou como quis o acesso à informação e cultura, a Globo. Poderia ter dado ao seu público o acesso qualificado aos bens culturais, mas vem vez de formá-lo, preferiu deformá-lo para adequá-lo aos seus interesses políticos e - principalmente - mercadológicos. Se este veículo poderoso chamado televisão tivesse feito a sua parte, talvez hoje estaríamos discutindo a eleição de maestros e cientistas. Teremos que nos contentar com o palhaço que ela mesmo promoveu e agora finge que não pariu...
Tiririca é um fenômeno de mídia da década de 90, quando surgiu com a “música” Florentina, repetida à exaustão. Seu intérprete, que era palhaço de circo até então, fez carreira de humorista na televisão, razão principal pela qual ainda é bastante conhecido. Agora é criticado pela mesma imprensa que o promoveu, a exemplo de tantos outros de gosto duvidoso que alcançaram os píncaros da fama no país. Como os jornais são lidos por uma minoria insignificante do ponto de vista quantitativo, a televisão é a grande promotora das celebridades instantâneas que são alçadas ao palco da fama nacional. Logo, é no mínimo estranho que se volte contra o seu próprio rebento. A mão que afaga é a mesma que apedreja.
É, portanto, no mínimo hipócrita a posição de boa parte da imprensa que critica essas candidaturas esdrúxulas. Num país pobre como o Brasil, com uma política educacional reiteradamente arruinada, a televisão tem sido, nas últimas décadas, a grande fonte de educação e cultura da imensa maioria da população. São 40 anos, pelo menos, de (des)informação massiva. Tempo houve para que a televisão formasse uma população mais culta, mais afeita às questões da cidadania, sobretudo naquela emissora que monopolizou como quis o acesso à informação e cultura, a Globo. Poderia ter dado ao seu público o acesso qualificado aos bens culturais, mas vem vez de formá-lo, preferiu deformá-lo para adequá-lo aos seus interesses políticos e - principalmente - mercadológicos. Se este veículo poderoso chamado televisão tivesse feito a sua parte, talvez hoje estaríamos discutindo a eleição de maestros e cientistas. Teremos que nos contentar com o palhaço que ela mesmo promoveu e agora finge que não pariu...