segunda-feira, 11 de abril de 2011

Uma réstia de sensatez no Realengo

Em meio à comoção coletiva gerada pelo atentado à escola de Realengo, os vizinhos da família do atirador Wellington Menezes de Oliveira, auxiliados por ex-alunos da Escola Tasso da Silveira, tiveram hoje uma atitude surpreendente por destoar da reação emocional (e algumas vezes - compreensivelmente - histérica) de muitas pessoas ao bárbaro crime. Depois da casa da família de Wellington, que fica no mesmo bairro, ter sido pixada e vandalizada, a comunidade machucada, ainda lambendo as feridas, se uniu num mutirão para pintá-la de branco, "reparar" os portões com cartolina branca e - principalmente - pedir paz, segundo noticia o site iG (vide abaixo). Um pequeno gesto que revela que o Brasil está caminhando (ainda que timidamente) no sentido de se tornar uma democracia amadurecida e com cidadãos responsáveis. Quando pessoas diretamente afetadas por um ato insano percebem que não vale a pena a retaliação vingativa e despropositada contra parentes inocentes de um psicopata, estamos dando mostras de que, como sociedade, sabemos diferenciar o joio do trigo, e mesmo num país em que a lei preza e beneficia a impunidade, ainda há esperança de dias melhores, apesar de tudo, respondendo à insensatez com tão-somente sensatez:

Vizinhos pedem paz e pintam de branco muro da casa da família de atirador

Casa onde irmã de Wellington Oliveira mora havia sido pichada e depredada no final de semana

Depois de ter sido arrombada e ter o muro pichado com os dizeres “assassino e covarde” no fim de semana, a casa da família do atirador Wellington Oliveira teve o muro pintado de branco por vizinhos e ex-alunos da escola Tasso da Silveira na manhã desta segunda-feira (11). Os portões que haviam sido arrombados foram fechados com cartolina branca. Vizinhos também colocaram em frente à casa um cartaz pedindo paz.

“A culpa não é do estado, a culpa não é dos parentes, a culpa não é das crianças, a culpa não é dos funcionários da escola. A dor é de todos. Nosso bairro é pacífico”, diz o cartaz.

Uma patrulha da Polícia Militar está estacionada em frente à casa para evitar que novos atos de vandalismo ocorram.

Até o dia do massacre, na quinta-feira (7), a casa era ocupada pela família da irmã de Wellington, que desde então não foi mais vista.

Wellington Oliveira entrou na Escola Municipal Tasso da Silveira, na rua General Bernardino, em Realengo, zona oeste da cidade, e, com dois revólveres, entrou nas salas de aula e atirou na direção de crianças. Doze morreram e dez continuam internadas.






Fotos: iG e JB

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