O ator e diretor norteamericano é mais conhecido pela trilogia "Mad Max" e pela tetralogia "Máquina Mortífera", além de vários bons filmes como ator ("Coração Valente" e "Do Que As Mulheres Gostam", por exemplo), e também por ser diretor de "A Paixão de Cristo", sanguinário filme falado em latim e aramaico, que relata a tortura e crucificação de Jesus e foi classificado por anti-semita por muitas lideranças judaicas, já que não economizava nas tintas ao pintar os judeus como diretamente responsáveis pelo processo que resultou na execução de Jesus. Mel Gibson também dirigiu "Apocalypto", filme sobre os costumes guerreiros maias (também falado no seu próprio dialeto) que, na visão religiosa do diretor, são redimidos na cena final, quando uma caravela católica espanhola aparece ao longe para "civilizar" a América "selvagem". Militante católico, Mel Gibson também ficou conhecido por ter protagonizado cenas de bebedeira, com prisão inclusa, em que teria ofendido os judeus. Talvez seja por isso que muita gente considere estranho o fato do próximo filme dele versar sobre Judas Macabeu, herói do povo judeu, pertencente à família cuja história é contada nos livros (deuterocanônicos para os católicos; apócrifos para os protestantes) de I e II Macabeus. Confira a notícia da RTP:
Mel Gibson vai contar a história de Judas Macabeu
Mel Gibson regressa à Warner Bros. num projecto que envolve o célebre guerreiro judeu que liderou uma revolta contra o Império Selêucida.
As voltas que a vida dá. Após a detenção em 2006 por embriaguez e por alegadamente ter proferido insultos anti-semitas eis Mel Gibson prestes a liderar uma produção sobre um dos grandes guerreiros da história do povo judeu. Mais: o seu parceiro de projecto é o famoso argumentista Joe Eszterhas (escreveu, entre outros, "Instinto Fatal", "Flashdance" e o mal-amado "Showgirls") ele próprio de origem hebraica.
Judas Macabeu foi o líder de uma revolta contra os Selêucidas cerca de 166 a.c. e acabou por reconquistar Jerusalém. O feito ainda hoje é celebrado num dos feriados judaicos mais conhecidos: o Hannukah.
Gibson tem direito de opção para realizar, mas só tomará uma decisão final depois de ler o argumento que está a ser escrito por Ezsterhas. Também não está fora de questão uma participação de Gibson como actor. Garantido é que a sua empresa, a Icon, terá a cargo a produção do filme.
Este acordo marca o regresso de Gibson a uma casa que lhe deu alguns dos seus maiores sucessos. Foi na Warner Bros. que protagonizou os filmes da série "Arma Mortífera" e foi naquele estúdio que se estreou na realização com "O Homem Sem Rosto", em 1994. Será ainda o retorno a um género que lhe trouxe o Oscar de Melhor Realizador em 1995 com "Braveheart" - a história de outro célebre guerreiro, William Wallace.