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Reino Unido deportará acusado de roubar bebês para 'gestações milagrosas'
Um pastor evangélico que afirma ter produzido "gestações milagrosas" por meio de orações deverá ser deportado da Inglaterra ao Quênia, onde responderá por acusações de sequestro de menores.
O queniano Gilbert Deya é acusado de dizer a mulheres estéreis ou na menopausa que frequentavam sua igreja em Peckham, no sul de Londres, que elas seriam mães de "bebês milagrosos".
Mas os bebês eram aparentemente "entregues" por clínicas clandestinas de Nairóbi, no Quênia.
O parlamentar britânico David Lammy disse ter conversado com um casal que passou pela experiência.
"O casal foi à África, voltou (à Grã-Bretanha) com uma criança que, segundo descobriram as autoridades por exames de DNA, não era deles", contou Lammy.
"O que veio à tona foi claramente um caso de tráfico de menores, que não envolveu apenas eleitores (britânicos), mas diversas mulheres que iam para o Quênia e voltavam achando que estavam trazendo um filho delas, mas que claramente não eram."
O governo queniano alega que Deya roubou cinco crianças entre 1999 e 2004.
COISA DE DEUS
O caso se tornou público com um programa investigativo de 2004 feito pela rádio BBC 4.
Deya nega as acusações. Na ocasião, quando questionado como explicava o nascimento de crianças com DNA diferente dos supostos pais, ele declarou que "os bebês milagrosos que estão acontecendo em nossa igreja vão além de nossa imaginação".
"Não é algo que eu possa explicar, porque é uma coisa de Deus, e coisas de Deus não podem ser explicadas por um ser humano", afirmou.
Em 2007, a então secretária britânica do Interior, Jacqui Smith, decidiu pela extradição de Deya ao Quênia.
Desde então, o pastor vem travando batalhas legais para tentar permanecer na Grã-Bretanha. Mas, nesta quarta-feira, o governo britânico confirmou que a atual secretária do Interior,
Theresa May, validou formalmente a extradição.
Em comunicado, a Secretaria de Interior disse que Deya "esgotou todas as possibilidades de recurso contra a extradição".
A mulher dele, Mary, está detida no Quênia, também sob acusações de sequestro.