
O que me espanta nisso tudo é a lógica que se esconde por trás deste discurso maradoniano de apoio aos jogos nas alturas. A altitude funciona como um doping, uma vantagem que o jogador que lá vive tem sobre os recém-chegados das planícies e do litoral. Seria ótimo poder se aclimatar pra jogar uma partida de futebol em igualdade de condições, mas a única saída seria ele usar um equipamento de oxigênio que nivelasse o seu consumo do precioso gás. Certamente, isto seria visto pelos nossos fanfarrões como vantagem indevida, mas é curioso que eles não apliquem o mesmo raciocínio ao seu pleito do altímetro. Nós, que já sofremos tanto com o jeitinho brasileiro, agora nos deparamos com o jeitinho boliviano, com uma pitadinha argentina. Talvez eu esteja enganado e tudo se trate apenas da velha e boa hospitalidade boliviana: "Pede pra subir! Pede pra subir!".