"Chibchombia" é o nome carinhoso pelo qual muitos colombianos chamam o seu país, uma linda terra que eu também aprendi a amar.
Estive lá pela primeira vez em janeiro de 2000, crente de que todas aquelas notícias dos jornais e da televisão sobre a violência na Colômbia eram a mais pura verdade, algo parecido com que os gringos do Norte e da Europa devem pensar quando vêm ao Brasil.
Entretanto, me surpreendi com Bogotá, uma bela cidade de 5 milhões de habitantes a 2.600 metros de altitude, relativamente segura, já desfrutando do acerto de algumas políticas municipais de segurança.
A primeira impressão que se tem quando se chega lá é exatamente a falta de oxigênio no ar, do tipo "onde é que foi parar o ar que eu respiro?".
Entretanto, como esta altitude não é exatamente uma La Paz ou Cusco, o desconforto logo passa.
O centro de Bogotá é caótico, como toda metrópole latino-americana, mas a Zona Norte, ao pé da cordilheira, é um bairro muito tranqüilo, cheio de parques (o da 93 é especialmente aconchegante) e ótimos restaurantes.
Se não houvesse dezenas de outras razões para isso, sempre penso em voltar a Bogotá só pra comer um autêntico ajiaco criollo (o prato típico da cidade, uma espécie de sopa de milho com creme de leite e outros acompanhamentos) ou ainda aqueles crepes deliciosos que fazem ali no Parque de la 93.
Este é apenas um prólogo sentimental para uma situação grave que, infelizmente, se perpetua naquele país, o terrorismo das FARC.
Descobri que, antes de emitir opiniões políticas é primordial conhecer o povo colombiano e ver de perto a sua situação.
Primeiro, é um povo alegre, festivo e muito bonito, talvez o mais parecido com o brasileiro entre os países latino-americanos, pelo menos daqueles que eu conheço.
Segundo, eles se cansaram da violência e dos sequestros, o que, ajudados por uma política oficial responsável, fez com que os índices de criminalidade em Cáli, Bogotá e Medellín regredissem a níveis suportáveis.
Terceiro, o narcotráfico existe e está infiltrado em todas as camadas de poder, tanto do regular como do irregular (no caso, as FARC).
Visitei alguns pontos turísticos na região de Bogotá, e viajando pelo campo, eu percebi que o reservatório de água de Bogotá era protegido por um tanque com um jovem militar em cima, que não estava nem um pouco preocupado com algum ataque terrorista.
Isso me fez pensar que aquela cena era apenas uma representação teatral de uma peça que se desenrolava no trinômio guerrilha-governo-tráfico.
Qualquer "terrorista" que passasse por ali podia levar o tanque embora pra casa, mas ele estava ali apenas para manter a máquina de moer gente devidamente azeitada.
No fundo, todos se acertam nos bastidores e o povo paga a conta de uma insegurança atroz.
Nada muito diferente do Brasil.
O buraco, portanto, é mais embaixo.
Não há ideologia que resolva o problema da Colômbia.
Soa estranho dizer isso, mas os últimos acontecimentos entre Colômbia, Equador e Venezuela têm o condão de escancarar todas essas estranhas relações em suas mais íntimas conexões.
Talvez os detentores do poder percebam o perigo e tentem camuflar-se de novo.
Penso, entretanto, que é tarde.
As FARC não podem continuar sequestrando e mantendo reféns na selva impunemente.
A opinião pública local e mundial rechaçam este tipo de ação, que é terrorista sim, não há outro nome que lhe possa ser aplicado.
Algo precisa mudar naquela região, e espero que o povo colombiano vença mais esta batalha, para que possam sempre se referir alegremente a sua querida Chibchombia.
Estive lá pela primeira vez em janeiro de 2000, crente de que todas aquelas notícias dos jornais e da televisão sobre a violência na Colômbia eram a mais pura verdade, algo parecido com que os gringos do Norte e da Europa devem pensar quando vêm ao Brasil.
Entretanto, me surpreendi com Bogotá, uma bela cidade de 5 milhões de habitantes a 2.600 metros de altitude, relativamente segura, já desfrutando do acerto de algumas políticas municipais de segurança.
A primeira impressão que se tem quando se chega lá é exatamente a falta de oxigênio no ar, do tipo "onde é que foi parar o ar que eu respiro?".
Entretanto, como esta altitude não é exatamente uma La Paz ou Cusco, o desconforto logo passa.
O centro de Bogotá é caótico, como toda metrópole latino-americana, mas a Zona Norte, ao pé da cordilheira, é um bairro muito tranqüilo, cheio de parques (o da 93 é especialmente aconchegante) e ótimos restaurantes.
Se não houvesse dezenas de outras razões para isso, sempre penso em voltar a Bogotá só pra comer um autêntico ajiaco criollo (o prato típico da cidade, uma espécie de sopa de milho com creme de leite e outros acompanhamentos) ou ainda aqueles crepes deliciosos que fazem ali no Parque de la 93.
Este é apenas um prólogo sentimental para uma situação grave que, infelizmente, se perpetua naquele país, o terrorismo das FARC.
Descobri que, antes de emitir opiniões políticas é primordial conhecer o povo colombiano e ver de perto a sua situação.
Primeiro, é um povo alegre, festivo e muito bonito, talvez o mais parecido com o brasileiro entre os países latino-americanos, pelo menos daqueles que eu conheço.
Segundo, eles se cansaram da violência e dos sequestros, o que, ajudados por uma política oficial responsável, fez com que os índices de criminalidade em Cáli, Bogotá e Medellín regredissem a níveis suportáveis.
Terceiro, o narcotráfico existe e está infiltrado em todas as camadas de poder, tanto do regular como do irregular (no caso, as FARC).
Visitei alguns pontos turísticos na região de Bogotá, e viajando pelo campo, eu percebi que o reservatório de água de Bogotá era protegido por um tanque com um jovem militar em cima, que não estava nem um pouco preocupado com algum ataque terrorista.
Isso me fez pensar que aquela cena era apenas uma representação teatral de uma peça que se desenrolava no trinômio guerrilha-governo-tráfico.
Qualquer "terrorista" que passasse por ali podia levar o tanque embora pra casa, mas ele estava ali apenas para manter a máquina de moer gente devidamente azeitada.
No fundo, todos se acertam nos bastidores e o povo paga a conta de uma insegurança atroz.
Nada muito diferente do Brasil.
O buraco, portanto, é mais embaixo.
Não há ideologia que resolva o problema da Colômbia.
Soa estranho dizer isso, mas os últimos acontecimentos entre Colômbia, Equador e Venezuela têm o condão de escancarar todas essas estranhas relações em suas mais íntimas conexões.
Talvez os detentores do poder percebam o perigo e tentem camuflar-se de novo.
Penso, entretanto, que é tarde.
As FARC não podem continuar sequestrando e mantendo reféns na selva impunemente.
A opinião pública local e mundial rechaçam este tipo de ação, que é terrorista sim, não há outro nome que lhe possa ser aplicado.
Algo precisa mudar naquela região, e espero que o povo colombiano vença mais esta batalha, para que possam sempre se referir alegremente a sua querida Chibchombia.