O livro de "Eclesiástico" (não "Eclesiastes", repare bem) é uma obra deuterocanônica, no sentido de que está incorporada ao cânon da Bíblia Católica (no Velho Testamento), mesmo que não seja aceita como divinamente inspirada por judeus e protestantes, embora eventualmente um e outro grupo tenham feito uso, digamos, cultural e contextualizador do Eclesiástico, já que não é pelo fato de que alguns livros não sejam considerados como canônicos que eles devem ser rejeitados na íntegra.
Servem, pelo menos, para se conhecer como pensava o povo (e a elite) de uma determinada época. Eclesiástico é uma compilação de ensinamentos sábios atribuídos a Jesus Ben Sira ("Sirac" ou "Siraque" em hebraico) ou Serácida (em grego), um mestre de sabedoria que viveu na Jerusalém do século II antes de Cristo.
Originalmente escrito em hebraico, seu neto traduziu as lições do avô para o grego, por volta do ano 130 a. C.
"Ecclesiasticus" é o título latino do livro, que segundo o prólogo da Bíblia de Jerusalém (BJ), foi um libelo contra a helenização da sabedoria e dos costumes no vasto império que havia sido conquistado por Alexandre, o Grande, e dividido entre seus generais: "a essas novidades ameaçadoras, Ben Sira opõe todas as forças da tradição.
Ele é escriba que une o amor a Sabedoria ao amor da Lei; para ele, a revelação bíblica é sabedoria autêntica que não deve se envergonhar diante da sabedoria da Grécia'.
Como os evangélicos de hoje mal leem todos os livros que compõem o cânon bíblico, fica difícil pedir que eles se dedicassem a conhecer outras obras (ainda que não inspiradas) daqueles tempos, até porque -se se dispusessem a fazer isso - correriam o risco desaprender a teologia da prosperidade, confrontar o discurso do pensamento positivo e abandonar o amor ao dinheiro no capítulo 5 de Eclesiástico (na versão BJ):
Servem, pelo menos, para se conhecer como pensava o povo (e a elite) de uma determinada época. Eclesiástico é uma compilação de ensinamentos sábios atribuídos a Jesus Ben Sira ("Sirac" ou "Siraque" em hebraico) ou Serácida (em grego), um mestre de sabedoria que viveu na Jerusalém do século II antes de Cristo.
Originalmente escrito em hebraico, seu neto traduziu as lições do avô para o grego, por volta do ano 130 a. C.
"Ecclesiasticus" é o título latino do livro, que segundo o prólogo da Bíblia de Jerusalém (BJ), foi um libelo contra a helenização da sabedoria e dos costumes no vasto império que havia sido conquistado por Alexandre, o Grande, e dividido entre seus generais: "a essas novidades ameaçadoras, Ben Sira opõe todas as forças da tradição.
Ele é escriba que une o amor a Sabedoria ao amor da Lei; para ele, a revelação bíblica é sabedoria autêntica que não deve se envergonhar diante da sabedoria da Grécia'.
Como os evangélicos de hoje mal leem todos os livros que compõem o cânon bíblico, fica difícil pedir que eles se dedicassem a conhecer outras obras (ainda que não inspiradas) daqueles tempos, até porque -se se dispusessem a fazer isso - correriam o risco desaprender a teologia da prosperidade, confrontar o discurso do pensamento positivo e abandonar o amor ao dinheiro no capítulo 5 de Eclesiástico (na versão BJ):
1 Não confies em tuas riquezas e não digas: "Sou auto-suficiente."
2 Não deixes teu desejo e tua força te arrastarem indo atrás das paixões do coração.
3 Não digas: "Quem tem poder sobre mim?", porque o Senhor, que pune, te punirá.
4 Não digas: Pequei: o que me aconteceu?", porque o Senhor é paciente.
5 Não sejas tão seguro do perdão para acumular pecado sobre pecado.
6 Não digas: "Sua misericórdia é grande para perdoar meus inúmeros pecados",
7 porque há nele misericórdia e cólera e sua ira pousará sobre os pecadores.
8 Não demores a voltar para o Senhor e não adies de um dia para o outro,
9 porque, de repente, a cólera do Senhor virá e no dia do castigo perecerás.
10 Não confies nas riquezas injustas, porque não te servirão para nada no dia da desgraça.
Lembrando ainda que Eclesiástico 27:1 diz que "muitos pecam por amor ao lucro, quem procura enriquecer-se mostra-se implacável".