quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Lavar as mãos e tomar banho ajuda a vencer preconceito

Preconceito realmente incomoda e - muitas vezes - mata. Além de combatê-lo sempre, o que é dever de todos nós, existe gente que se preocupa em tentar entender e identificar as suas origens para, digamos, matá-lo no ninho. É o que faz uma legião de psicólogos evolucionistas, um ramo da psicologia que analisa como certos comportamentos se formaram desde as mais priscas eras, tentando examinar como o ser humano primitivo lidava com essas questões, e como elas foram pouco a pouco cristalizando e se incorporando ao nosso mais profundo jeito de ser. Difícil que alguém em sã consciência não admita que preconceito é algo muito primitivo, não é mesmo? Seguindo essa linha ancestral, uma equipe de psicólogos das universidades de Toronto (no Canadá), Harvard, Yale e o MIT (nos Estados Unidos) suspeitam que, milhares de anos atrás, através de eras sucessivas com expectativa baixa de vida, pouca resistência a vírus e bactérias, as primeiras tribos tenham percebido que aquelas que eram mais hospitaleiras, que recebiam os estranhos com abertura e cordialidade, podiam ser mais suscetíveis a surtos de enfermidades que eram - até então - desconhecidas para eles, e, por isso mesmo, produziam resultados devastadores, como aconteceu com as populações indígenas das Américas no contato com os colonizadores europeus, por exemplo. Já os grupos mais fechados tendiam a viver e sobreviver mais. Ao constatar e contrastar os resultados empíricos negativos da convivência aberta, as tribos passaram a se fechar em si mesmas, fazendo de tudo para evitar o contato com outros grupos desconhecidos. Tratava-se, a grosso modo, de uma espécie de política primitiva de saúde pública, implementada por ensaio e erro mediante experiências desagradáveis e até trágicas algumas vezes.

Para comprovar essa suposição, os pesquisadores das universidades citadas acima levaram a cabo alguns experimentos, e um deles consistia em reunir 135 voluntários, dividindo-os em dois grupos, em que um era vacinado contra a gripe e o outro não. Em seguida, deram à metade vacinada um texto para que eles lessem, que falava sobre os riscos de se contrair uma gripe forte. Depois voltaram a dividi-los, mesclando-os e reagrupando-os aleatoriamente, e as pessoas vacinadas que haviam sido alertadas sobre a gripe não se mostravam nem um pouco favoráveis a interagir com aqueles indivíduos que eles sabiam que não haviam sido imunizados contra a doença. Os pesquisadores chegaram, então, à conclusão (que obviamente precisa ser melhor testada e desenvolvida) de que mudanças significativas na saúde pública, melhorando sobretudo os serviços de prevenção e vacinação, além de uma campanha maciça de educação quanto a hábitos de higiene, poderiam ser fatores que contribuiriam para uma diminuição do preconceito em geral, e em especial da xenofobia. Não deixa de ser uma conclusão curiosa, mas por que você mesmo não faz o teste? Faça um inventário mental de pessoas que, eventualmente, te causam uma certa repulsa em contatos sociais, assim como de outras da mesma etnia ou condição social que não te provoquem nenhum tipo de desconforto no mesmo grau de interação. Será que isso tem a ver com os hábitos de higiene deles? Ou seus?

Fonte: io9



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