quarta-feira, 10 de abril de 2013

Feliciano diz que o culpado é o mordomo

A notícia é do Terra:

Ao STF, Feliciano culpa assessor por acusação de estelionato

Deputado afirma que cachê não foi pago na data prevista e show teve de ser cancelado

Gustavo Gantois

Em depoimento prestado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada, o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) responsabilizou um assessor pela acusação de estelionato em processo que tramita na Corte. Segundo o deputado, ele não teria tomado conhecimento da negociação para se apresentar em um evento no Rio Grande do Sul, em 2008. Seu assessor, André Luiz de Oliveira, que também é pastor, teria sido o responsável pela “confusão”.

O conteúdo do interrogatório foi liberado nesta terça-feira pelo ministro Ricardo Lewandowski, relator do caso. Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Feliciano e seu assessor firmaram um contrato para um show religioso na cidade de São Gabriel, a 320 km de Porto Alegre. Os dois forneceram à produtora do evento uma conta para o depósito do cachê de R$ 8 mil, mas não compareceram.

De acordo com o deputado, teria havido um “descumprimento comercial” da parte da produtora e advogada Liane Pires Marques. O cachê deveria ter sido pago dez dias antes do evento, mas o combinado não teria sido cumprido. Por conta disso, a assessoria de Feliciano teria desmarcado o compromisso e agendado outro evento no Rio de Janeiro.

Dois dias antes do show previsto em São Gabriel, ainda segundo Feliciano, o dinheiro teria sido depositado em sua conta. No entanto, como já havia um novo evento marcado para a data, não teria sido possível honrar com o compromisso. Feliciano sustenta, em sua defesa, que não tem controle sobre sua própria agenda, que ficaria a cargo de sua assessoria.

Diante do choque de datas, o deputado tentou devolver o dinheiro, mas a produtora não teria aceitado alegando que haveria a disponibilidade de remarcar o evento. Segundo Feliciano, ele soube meses depois que havia uma ação cível tramitando em São Gabriel. A partir daí, o deputado alega que foi ao encontro da produtora e devolveu R$ 13 mil, valor referente ao cachê acrescido de juros e correção monetária.

No entanto, durante o depoimento, Feliciano foi confrontado pelo procurador Francisco Guilherme Vollstedt Bastos com um email endereçado à Liane Marques e assinado pelo seu assessor, André Luiz de Oliveira. No email, datado de um dia antes do evento marcado em São Gabriel, Oliveira confirma a participação de Feliciano. O deputado manteve sua versão e disse que não tinha conhecimento do episódio.

Acidente

De acordo com Liane Marques, o assessor de Feliciano lhe telefonou para dizer que ele e deputado haviam sofrido um acidente no Rio de Janeiro e, por isso, não poderiam viajar até o Rio Grande do Sul. Intrigada com a história, ela diz que pesquisou e não encontrou nenhum registro de acidente envolvendo os dois pastores. Segundo Liane, Feliciano tinha contrato com uma rádio no Rio na sexta-feira e a rádio pediu pra ele ficar mais um dia. Para tanto, teria oferecido o dobro do cachê combinado para o show em São Gabriel.

No depoimento, Feliciano responsabiliza a produtora pela história. “Ela até pediu para que o pastor André enviasse um atestado médico pata que pudesse justificar, dizendo que eu estava doente, alguma coisa assim. Mas eu não estava doente. E o meu secretário nem fez isso, porque isso seria uma violação, um crime, seria uma falsidade”, defendeu o deputado.

No processo cível, que ainda tramita na cidade gaúcha, Liane reivindica indenização pelos prejuízos que teve. No ano passado, a juíza que cuida do caso determinou que Marco Feliciano pagasse os R$ 13 mil a Liane como devolução do cachê. O deputado pagou. Mas ela cobra mais. Segundo a produtora, o prejuízo comprovado foi de quase R$ 100 mil na época, gastos com segurança, passagens aéreas e estrutura para o show. Ainda segundo Liane, a dívida hoje estaria em R$ 2 milhões.



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