sexta-feira, 5 de abril de 2013

Marco Feliciano já tem diploma de defensor dos direitos humanos


Manja aquela padaria chinfrim que você vai e vê um diploma de "melhor da cidade" pendurado na parede? Geralmente, esses "diplomas" são, digamos, "outorgados" por entidades cujo grau de credibilidade é bem discutível.

E não é que o deputado-pastor Marco Feliciano aparece com um diploma de "defensor dos direitos humanos" concedido por uma entidade que ninguém conhecia e que até errou a grafia do nome dele no dito cujo? Isso sem contar os crimes cometidos contra a gramática portuguesa...

Será que o Feliciano tem algum diploma de teologia conseguido da mesma maneira?

A notícia veio pelo Blog do Josias no UOL:

Feliciano exibe seu diploma de direitos humanos

Num instante em que seus antagonistas o acusam de homofobia e racismo, o deputado-pastor Marco Feliciano (PSC-SP) acaba de obter um “diploma de defensor dos direitos humanos.” Foi concedido nesta quinta-feira (4) por uma entidade que se autodenomina “Federação Brasileira dos Direitos Humanos.” Está sediada em Salvador.

Feliciano apressou-se em exibir sua conquista. Levou ao Twitter uma mensagem: “Fiquei emocionado ao ser homenageado pela Federação Brasileira de Defesa dos Direitos Humanos. A Deus toda glória!” Segue-se um link que conduz à imagem do diploma. Diz-se que Deus escreve certo por linhas tortas. Pois deu-se o inverso com a “diplomação” do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

A tal federação veiculou em seu site uma nota. As linhas são retas. Mas o texto é, por assim dizer, incerto. Num idioma muito parecido com o português, informa-se que o deputado Marco, rebatizado de Marcos, esteve com o presidente da entidade, Elizeu Rosa. Anota-se no texto que a federação “quer conhecer as proposta de trabalho” do novo presidente da Comissão de Direitos Humanos.

Dispõe-se a “colaborar na defesa das minorias, grupos vuneraveis e na política de telerancia religiosa.” Diz ainda o texto que o doutor Eliseu acha que “é muito sedo para julgar a administração de alguém no início do seu trabalho”. Esclarece que irá “intermediar com alguns grupos de direitos humanos uma forma de deixa o deputado Feliciano trabalhar.”

A Federação Brasileira de Defesa dos Direitos Humanos esclarece em seu site que está registrada no Ministério da Justiça sob o número 08071.001848/2011-95. De acordo com os termos do “diploma”, Feliciano obteve a honraria graças à aprovação num “curso”. Lê-se no documento que, a partir de agora, o deputado-pastor “passa a gozar de todas as prerrogativas inerentes ao cargo” de defensor dos direitos humanos.

Mais: no exercício de suas atribuições, Feliciano estará doravante “respaldado pela Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU) […] e protegido pelo decreto 6.044/07”. Editado por Lula em 12 de fevereiro de 2007, esse decreto instituiu a “Política Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos”. Quer dizer: tomando-se a sério o “diploma”, Feliciano agora tem as costas esquentadas pelo Planalto e até, veja você, pela ONU. Tremei, pecadores!.



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