Acordei pouco antes das 6 da manhã hoje, e zapeando a TV, me deparei com R. R. Soares em um tour por alguma cidade do Mato Grosso (não deu tempo pra ver qual era), com um carnê na mão (devia ser mais um débito automático), e ainda consegui ouvir o suficiente para me surpreender com mais uma bravata típica dos pregadores do determinismo pagão e da "teologia" da prosperidade, quando ele dizia que "não existe nada pior" do que o "patrocinador" que deixa de contribuir com o ministério dele. Qualquer leigo ou ateu sabe que existe uma lista gigantesca (só na Bíblia) de coisas piores do que deixar de ser "patrocinador" do R. R. Soares, mas o discurso dele parecia estar "rogando praga" pra quem desiste de colaborar com o seu "show da fé". Ora, bolas, a pessoa deve ter as suas razões para encerrar seu "patrocínio", sejam elas financeiras ou teológicas. Mais estranho ainda ficou quando R. R. Soares - sem nenhum constrangimento - segurou a Bíblia na mão e descontextualizou na cara dura o Salmo 50, nos seguintes versículos:
16 Mas ao ímpio diz Deus: De que te serve repetires os meus preceitos e teres nos lábios a minha aliança,
17 uma vez que aborreces a disciplina e rejeitas as minhas palavras?
Na medonha exegese (ou "exejegue", como brilhantemente diria o Danilo, do Genizah) de R. R. Soares, o "ímpio" seria o "patrocinador" que abandona o carnê do "show da fé", os "preceitos" seriam as pregações dele, a "aliança" seria o compromisso de pagar o boleto todo mês com "disciplina", e "as minhas palavras" seriam o próprio carnê do R. R. Soares, que nem ficou vermelho ao distorcer o Salmo e detonar todo e qualquer princípio de interpretação bíblica com seu carnê-bomba amarrado ao corpo. Diante de tanto contorcionismo exegético, aos que o ouviam só restou retorcer o fígado diante de ameaça tão cínica como estapafúrdia.
Estranhamente, entretanto, R. R. Soares fechou rápido a Bíblia e parou a leitura do Salmo 50 por ali mesmo, no verso 17. Lamentavelmente, ficamos sem saber como é que sua exegese novidadeira interpretaria os versículos seguintes:
18 Se vês um ladrão, tu te comprazes nele e aos adúlteros te associas.
19 Soltas a boca para o mal, e a tua língua trama enganos.
16 Mas ao ímpio diz Deus: De que te serve repetires os meus preceitos e teres nos lábios a minha aliança,
17 uma vez que aborreces a disciplina e rejeitas as minhas palavras?
Na medonha exegese (ou "exejegue", como brilhantemente diria o Danilo, do Genizah) de R. R. Soares, o "ímpio" seria o "patrocinador" que abandona o carnê do "show da fé", os "preceitos" seriam as pregações dele, a "aliança" seria o compromisso de pagar o boleto todo mês com "disciplina", e "as minhas palavras" seriam o próprio carnê do R. R. Soares, que nem ficou vermelho ao distorcer o Salmo e detonar todo e qualquer princípio de interpretação bíblica com seu carnê-bomba amarrado ao corpo. Diante de tanto contorcionismo exegético, aos que o ouviam só restou retorcer o fígado diante de ameaça tão cínica como estapafúrdia.
Estranhamente, entretanto, R. R. Soares fechou rápido a Bíblia e parou a leitura do Salmo 50 por ali mesmo, no verso 17. Lamentavelmente, ficamos sem saber como é que sua exegese novidadeira interpretaria os versículos seguintes:
18 Se vês um ladrão, tu te comprazes nele e aos adúlteros te associas.
19 Soltas a boca para o mal, e a tua língua trama enganos.